Às vezes o melhor é deixar pedaços de nós mesmos apagar. Certas características, ou formas de pensar e de ver o mundo que deixam de se manifestar, enquanto nos transmutamos em algo mais perto duma ferramenta. Quando o nosso corpo e a nossa mente convergem num propósito, e todo o encanto com que costumamos ver o mundo desvanece. Estar assim, no momento, ausente do conceito do agora. E no entanto há que manter um ouvido aberto. A música certa aparece inesperadamente e reacende a luz da nossa alma, e tudo aquilo que julgávamos apagado ressurge numa explosão de cor. O encanto volta, a empatia, a Humanidade. E a perspetiva que tínhamos outrora do mundo volta a instalar-se. Mais fresca, mais forte, apetrechada com tudo aquilo que a nossa mente consciente ignorou, mas a subconsciente absorveu.