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Showing posts from September, 2012

Ou Seja, Bem Comportados

Estranho como o bom comportamento, que tem apenas valor social - já que ninguém originalmente mantém as aparências apenas para si - é um detrimento tão grande na vida de muita gente. Excessos que não são cometidos, verdades que não são ditas, pressões que não são libertadas, ficam ali, presas na garganta à espera dum redentor. E esse o redentor não é mais que uma sombra de robes escuros, "Prevaricador" cravado numa tabuleta que arrasta por uma corrente consigo. Nas várias trevas de um dia, as pessoas subjugam-se a essa figura, e transformam-se. Vaidosas, mesquinhas, glutonas, mentirosas, lascivas, preguiçosas, invejosas. Bestiais. Mas só na escuridão. Começando o primeiro parágrafo novamente: Estranho como tanta da podridão humana advém duma falta de honestidade para nós mesmos, em virtude de nos mantermos o mais civilizados possível. Ou seja, bem comportados.

"Save Die Reload"

Clique. Clique. Silêncio. Exalar. Inspirar. Suster. Clique, clique, clique... Sorriso. Libertar. Esta é a máquina que montamos para nós. Um sistema que dessensibiliza mentes ao sofrimento alheio, a troco de gratificação adrenal. As crianças que se transformam em adolescentes que se transformam em adultos que se transformam em seres que vêm outros cair sem simpatizarem com a sua aflição. É um motor lógico que lentamente se instala no coração de cada um. Quem cai por terra não é uma pessoa com família, sonhos ou esperanças. É pontuação. É um número. É um jogo, é inofensivo. É um ator. É algo que avança o guião, ou serve de pano de fundo. É uma história, é inofensiva. É satisfazer uma doente fantasia de poder. De sermos pequenos deuses, que vomitam Morte. Embebedamos-nos com a ilusão de sermos impossíveis de abater. E na ressaca tornamos-nos duros de amar, resistentes ao toque, indiferentes ao olhar. Vazios de alma. O entretenimento digital é o novo veneno. Um pouco menos, s.f.f...