Ou Seja, Bem Comportados
Estranho como o bom comportamento, que tem apenas valor social - já que ninguém originalmente mantém as aparências apenas para si - é um detrimento tão grande na vida de muita gente. Excessos que não são cometidos, verdades que não são ditas, pressões que não são libertadas, ficam ali, presas na garganta à espera dum redentor. E esse o redentor não é mais que uma sombra de robes escuros, "Prevaricador" cravado numa tabuleta que arrasta por uma corrente consigo. Nas várias trevas de um dia, as pessoas subjugam-se a essa figura, e transformam-se. Vaidosas, mesquinhas, glutonas, mentirosas, lascivas, preguiçosas, invejosas. Bestiais. Mas só na escuridão. Começando o primeiro parágrafo novamente: Estranho como tanta da podridão humana advém duma falta de honestidade para nós mesmos, em virtude de nos mantermos o mais civilizados possível. Ou seja, bem comportados.