"Save Die Reload"

Clique. Clique. Silêncio. Exalar. Inspirar. Suster. Clique, clique, clique... Sorriso. Libertar.

Esta é a máquina que montamos para nós. Um sistema que dessensibiliza mentes ao sofrimento alheio, a troco de gratificação adrenal.

As crianças que se transformam em adolescentes que se transformam em adultos que se transformam em seres que vêm outros cair sem simpatizarem com a sua aflição. É um motor lógico que lentamente se instala no coração de cada um. Quem cai por terra não é uma pessoa com família, sonhos ou esperanças. É pontuação. É um número. É um jogo, é inofensivo. É um ator. É algo que avança o guião, ou serve de pano de fundo. É uma história, é inofensiva.

É satisfazer uma doente fantasia de poder. De sermos pequenos deuses, que vomitam Morte. Embebedamos-nos com a ilusão de sermos impossíveis de abater. E na ressaca tornamos-nos duros de amar, resistentes ao toque, indiferentes ao olhar.

Vazios de alma. O entretenimento digital é o novo veneno.

Um pouco menos, s.f.f.