Mesmo Mal

Sofro do mesmo mal...

Que início, sempre o mesmo,

Pareço não saber outra forma de começar

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Um “autêntico” sofredor!

Pára com a ironia!

Um, dois

Três.

Suspiro.

De facto sofro.

Âmago amargurado,

Pedaço de mim incontrolável.

Indomável!

Ausente...

Como anseio enfiar as mãos na tua essência líquida,

Tocar-lhe.

E depois mexer, agitar,

Senti-las imersas nesse caos,

Vida!

Oh massa cósmica, tão quente,

Familiar...

Confortável.


Olho para dentro de mim,

E na escuridão alimentada

Por pulsares de estrelas

São tuas as mãos imersas,

É teu este âmago enegrecido,

É nosso este esgar, este siso.

Como te disse

Ironicamente, ou não,

Sofro do mesmo mal.

Três,

Dois, um.

Nada...