Filosofia do Subúrbio Intelectual

Escrevo...

Corrido, sem pensar, nem hesitar. Apenas eu, e uma caneta digital.

Penso nas baboseiras que já escrevi. No rol de palavras neo-emo, na angústia de crescer e não saber a que me agarrar para chegar um pouco mais longe. O tempo segue com a sua marcha, e algumas questões moram alegremente no sótão, sem resposta nem algo que as governe.

Deverei procurar verdades? A Verdade? Sobre quê? Eu? Serei o mesmo que era outrora, ou terá ele crescido? Ou até morrido, e dado lugar a uma nova planta, ligeiramente igual, ligeiramente diferente?

Por vezes julgo ser eu mais eu, por outras destruo-o-me e reconstruo-me como um puzzle cuja imagem é uma ferramenta que se transforma, que serve propósitos diferentes.

No fim é tudo a mesma merda. Os mesmos erros, as mesmas paixões, as mesmas ideias. Umas mais sublimadas, outras mais sossegadas, mas o mesmo cerne.

São duas e quarenta e três e penso sobre o meu lugar no mundo enquanto espero que o meu cabelo seque. Não digo merdas de jeito. Escrevo, como quem respira.

Sem valor.