A Lamentar o Céu
Ela lamentava o céu porque não tinha onde se agarrar.
E então circunscrevia-se à terra, passeando nos prados e passeando nas praias. Olhos postos no horizonte, enquanto a brisa se enrolava nos seus caracóis cor-de-fogo. Sentia um vazio no seu âmago, um aperto de nada para nada, e fincava mais os pés no solo. Como se tudo aquilo que lhe faltasse a tornasse tão leve como uma pena, tão passageira como um pensamento.
Livrou-se de tudo que a prendia, sempre sussurrando "sou minha". Às pessoas, aos bichos, às plantas, à chuva, ao vento, a todos disse "sou minha".
E quando finalmente ficou sem pátria, sem pais, sem família, sem amores, ficou só, sentada, queixo nos joelhos, a olhar o céu, lágrima a escorrer-lhe a face, um puxão de arrependimento, soluçando "sou minha mas não sou tua".
A brisa continuou a brincar com os caracóis cor-de-fogo.
E então circunscrevia-se à terra, passeando nos prados e passeando nas praias. Olhos postos no horizonte, enquanto a brisa se enrolava nos seus caracóis cor-de-fogo. Sentia um vazio no seu âmago, um aperto de nada para nada, e fincava mais os pés no solo. Como se tudo aquilo que lhe faltasse a tornasse tão leve como uma pena, tão passageira como um pensamento.
Livrou-se de tudo que a prendia, sempre sussurrando "sou minha". Às pessoas, aos bichos, às plantas, à chuva, ao vento, a todos disse "sou minha".
E quando finalmente ficou sem pátria, sem pais, sem família, sem amores, ficou só, sentada, queixo nos joelhos, a olhar o céu, lágrima a escorrer-lhe a face, um puxão de arrependimento, soluçando "sou minha mas não sou tua".
A brisa continuou a brincar com os caracóis cor-de-fogo.