MMXV - Balanço

Este ano:

Comecei a (e eventualmente consegui) poupar dinheiro suficiente para ir aos Estados Unidos em 2016 e embarcar num cruzeiro de Heavy Metal chamado 70,000 Tons of Metal. Vou com o Francisco e independentemente de como correr, será qualquer coisa de inesquecível.

Arranjei um telemóvel novo. Parece fútil, mas a tecnologia certa é fulcral na abertura de oportunidades. Existem coisas que faço agora que antes não era possível. Começar novos relacionamentos, fortalecer os existentes, chegar mais facilmente a sítios só porque o GPS funciona de fato. É uma ferramenta que potencia uma série de vantagens.

Tentei pela terceira vez reatar um relacionamento. Ficou claramente marcado que a distância e a noção errada de quem eu sou sabotam o meu interesse por completo.

Parei de escalar. Talvez não tenha sido a melhor ideia, no entanto não tenho em mim aquele core  de motivação que me faça querer agarrar uma parede de novo. Talvez em 2016, com headphones e um podcast?

Comecei a andar de mota. Foi uma excelente aposta. Adoro a minha pequena 125. Detesto andar à noite, com chuva e vento. Andar de mota desmotiva-me um pouco de fazer exercício. Aliás, motiva-me antes a procurar conforto, sobretudo quando ando em piores condições. De agora em diante tenho de jogar melhor com este fator.

Magoei uma mulher com a minha gentileza natural. Dei a entender a coisa errada vezes demais. Esta experiência ensinou-me que a gestão de expetativas tem de ser feita com classe e equilíbrio, nos timings certos.

Comecei a correr a sério. Perdi cerca de quatro quilos e consegui fazer uma meia maratona. É extremamente libertador e positivo para a minha vida. Tenho pena de no Inverno estar algo mais desmotivado para continuar a fazê-lo (chuva, frio e escuridão são fatores de peso). Tento agora encontrar um equilíbrio saudável, em que sinta que estou a correr o suficiente para me sentir bem, sem no entanto deixar de fazer outras coisas que me façam sentir bem também.

Dei abrigo à pessoa errada. Não a consigo ver da mesma forma que antes. Sinto que há algo de muito errado ali. Irrita-me e perturba-me. Mas o aspeto positivo da experiência foi o facto de me ter ensinado o quanto prezo o meu espaço pessoal. Espaço esse que antes partilhava de boa vontade, agora é guardado e não é para qualquer pessoa, ou qualquer circunstância. A minha casa representa o meu espaço emocional. Deixar entrar lá gente é o mesmo que deixar pessoas entrarem no meu coração. Se a minha casa está arrumada, eu interiormente sinto-me arrumado. E desleixo-me propositadamente para avaliar quanto caos permito num dado momento. A resposta? É sempre pouco a nenhum.

Comecei a duvidar a minha permanência em Oxford. Sonho às vezes em dar o salto para os Estados Unidos, mas não é algo presente na minha mente todos os dias. Há alturas em que me sinto muito contente em Oxford (como nestas duas semanas), outras que estou muito farto. De qualquer das formas, decidi avaliar a minha situação de novo depois de ir de férias em Janeiro.

Tornei-me padrinho da filha dos meus melhores amigos. Não houve altura no ano em que me tenha sentido mais feliz por outros e por mim em simultâneo.

Tatuei as costas todas com o Atlas do Rockefeller. Simboliza a aceitação dos meus fardos, erguendo-me independentemente deles.

Enviei cartões de Natal a todas as pessoas atualmente importantes na minha vida. Mesmo que já não fale com uma delas, eu quis agradecer cada uma aquilo que de especial me deu.

Fiquei a saber que serei o padrinho de casamento de dois grandes amigos meus. É estranho, visto não ser religioso, mas fico muito entusiasmado por eles. E vou fazer por desempenhar o meu papel de modo majestoso.

Neste preciso momento tento ser melhor para mim mesmo. Mais tolerante e aceitador. Procuro uma serenidade de espírito. Manter-me aberto ao mundo. A principal diferença foi aperceber-me de modo muito claro que para mim o envolvimento físico é algo muito intenso, e só pode ser procurado com quem valha a pena. Porque dou sempre uma parte de mim, e estou cansado de perder pedaços meus.

Sigo para 2016 focado em manter-me solteiro, ainda que aberto a conhecer pessoas novas - simplesmente não vou entrar em lanços de romance de qualquer maneira, como outrora. Focado em procurar um equilíbrio com o desporto que me deixa sereno. Ser reconquistado pelos jogos de computador de novo e sentir a minha imaginação acender-se com cyberpunk e ficção científica. Estar presente na vida da minha afilhada e dos meus amigos.

Estar saudável e e estar calmo e estar feliz.