Dia 9 - Até que a morte nos separe

O casal Antunes depois duma noite de rambóia... E sem partir nenhuma anca!

(fonte: http://www.fotosearch.com)

Já reparam quanto tempo se vive hoje em dia? O triplo desde que começamos a habitar este belo planeta. Yeap, começamos com uma média de esperança de vida na ordem dos 30 anos. E agora caminhamos para os 90. Vamos até a Idade Média - tempos loucos em que a expressão "queimado em praça pública" realmente valia o seu peso em ouro - onde deve ter surgido de forma sistemática esse voto "até que a morte nos separe". Se uma pessoa nessa altura vivia uns 35-45 anos em média, se se casasse aos 18, durava aí uns 20 anos casado, até morrer com a peste bubónica, escorbuto, na guerra, de tuberculose (foda-se era fácil morrer); mais ou menos o tempo que demora a ver o filho casado (se fosse filha, pelos 14 já estava aviada). Adicione-se o facto de que não havia divórcio, isso era pecado. Realmente fazer o casamento durar até alguém morrer não era muito complicado.

E havia quem não conseguisse... Patéticas pessoas.

Nos dias de hoje vive-se bem. A Igreja anda com menos poder. E o voto já não se cumpre. Mesmo que se case depois dos 25, se for até à morte (75) ainda vão 50 anos. 50 anos é obra minha gente. E os filhos continuam a sair de casa em apróx. 20 anos... Eh... ainda podem ir lá a casa dormir, mas já têm a vida deles, uma separação não causa tanto dano como num miúdo de 12. E não é pecado divorciar-se.

E há quem consiga, os meus parabéns, mas como dizem os antigos "no meu tempo é que era..." ao que eu acrescento "fácil".

Fica a dica:

"Durante o vosso casamento finjam que ainda não são casados e tudo irá bem. Que haja sempre algo de não atingido e de inacessível entre os dois."
Carl Almqvist