A batida pesada do metal...
Sinto o rugir bravo...
Destemido.
Um peito vibrante, passada por passada.
Minhas mãos abanam metro a metro.
Acompanha o queixo; treme a cada segundo.
Vem atrás de mim.
Persegue-me no escuro, sorrindo.
Leve, etéreo, vapor venenoso.
Insinua-se na minha mente.
Belo, melancólico, feminino.
Sem forma, sem som. Só cheiro.
Ando mais depressa.
Afundo os pés na terra.
Admiro uma última vez a tua luz.
O sangue gela de novo.
É frio.
Perco a sensação na pele.
É vazio.
Que uma última vez
É tudo.
Te correu nua.
É nada.
Os meus lábios secos.
É escuro.
Ainda guardam a forma
É sempre.
De uma última vez
É nunca.
Que te beijei.
É único.
É o teu perfume. A essência.
Predadora.
O vapor insinuante.
Tenho medo. Lembro-te.
Não me deixo esquecer.
Inalo-o.
Contraem-se-me as entranhas.
Ardem-se-me os olhos.
Sorrio, querendo chorar.
Longe. Perto.
Em todas as cores.
Nunca palpável. Sempre lá.
O teu perfume. Tu.
Dentro. Fora.
Caça-me...