Marasmo em Outubro de 2015

Sinto-me perdido. Esta sensação não é nova.

O trabalho não é motivante como outrora (quando os problemas continuam os mesmos, a minha perspetiva é que mudou). A minha casa tem humidade suficiente para me incentivar a mudar (uma razão tão minúscula já começa a ter peso suficiente). Oxford, apesar de mágica, começa a parecer repetitiva no mau sentido. Gasta (quando de facto a cidade tem sempre coisas a acontecer).

Posso estar apenas a sentir-me sozinho, e por não ter ninguém com quem partilhar a vida, o resto perde apelo.

Considero agora mudar de trabalho, mudar de país, procurar uma aventura diferente. Estarei a tentar crescer, ou a procurar apenas fugir do vazio que sinto?

As pessoas aqui são boas. E apesar de não estar em Portugal, estou perto o suficiente para conseguir estar lá, presente com alguma frequência.

Hoje ou amanhã nasce a minha afilhada. Komachi, eheheh. Mudar-me para os Estados Unidos iria tornar-me ainda mais distante. Será que isso vale a pena?

Mudar-me para Portugal talvez ajudasse a minha vida emocional, mas iria condenar-me profissionalmente, intelectualmente.

Sinto-me algo preso entre a espada e a parede. Terei de diversificar? Procurar ainda um outro novo hobby?

Tenho de ter calma. Em coisa de quatro dias voltarei a ter a minha privacidade, a estar no meu ground-zero. Sozinho de facto, livre de tomar qualquer decisão. Em pouco mais de três meses irei aos Estados Unidos com o Francisco. Lá terei a oportunidade de conhecer um pouco a terra e ver até que ponto a minha fantasia corresponde à realidade.

Com a Primavera de 2016 terei de tomar uma decisão. Acho que consigo aguentar até lá. Se nada acontecer entretanto, lá terei de forçar a mudança para me sentir vivo.