2012, a Retrospectiva

Falta meia hora para que este ano morra.

Espero o fim sozinho. Vestido de fato e gravata, ouro sobre azul. Copo de whiskey velho como única companhia, e todas as palavras que se embaralham na minha cabeça.

Na TV banalidades imiscuídas com comentários mordazes. O Herman ainda sabe o que faz.

2012. Olho para este ano, e é possivelmente o ano mais atípico da minha vida. Entre ilusões, desilusões, procuras pela verdade e pela estabilidade, sou um homem em guerra comigo mesmo.

Ter que fazer sofrer. Ter que fazer doer. Ter que purificar, usando brutalidade e crueldade. Ter que cortar. Ter que ser objetivo. Incisivo. Honesto. Sujo. Procurar de novo a redenção, usar olhos diferentes.

Navego sentimentos estranhos, e todas as coisas novas caem-me em sítios diferentes. Pareço estar a tornar-me naquele ao qual sempre quis escapar? Será que procuro apenas aceitar-me?

2013 aproxima-se vertiginosamente, ainda que os vinte minutos no relógio, receio-os glaciares no seu andamento. Será um ano invertido? Um ano em que regresso a mim mesmo, depois de saber que não consigo mudar? Que procuro na verdade?

O que quero concretizar, de facto?

O tempo avança. O ano acaba. Escuto isto...


Novos tempos. Novas vontades. Novos caminhos.