Estupidez à Portuguesa
Odeio isto. Odeio-te a ti. Odeio aquilo que és. Aquilo que representas. Aquilo que me fizeste. Como se perdoar fosse fácil. Como se a vida fosse simples. Nunca foi. Sempre fui uma pessoa que trabalha como as outras. Ri como as outras. Chora como toda a gente. E tudo isto porque não vias mais que a tua necessidade de preencher espaço. Coisa de homem com H grande, hein? Preencher espaço… Forçar para qualquer buraco… O meu carro não era particularmente rápido, talvez fosse como os gajos ou as gajas que preferes. Os gajos ou as gajas que sujas e abandonas, marcas e esqueces. Mas, o meu carrito sempre me levou onde quis chegar. Devagar, fácil, com música simples no rádio. Mas tudo isso esvaneceu naquela vez em que nos cruzámos. Não sei se impaciente, se simplesmente louco. Certamente próximo, perigoso. Demasiado próximo, com fatal escrito por todo lado – no vidro por quebrar, na madeira por rachar, no óleo por verter, no metal por dobrar. E de facto dobrou. Foi a primeira marca do nosso con...