Retórica sobre nada

Alguma vez sonhaste com o fim?

Com o que a grande chama nos iria trazer? E tudo aquilo que tivesses feito, teria importado? Para quê cicatrizes de imortalidade quando tudo tiver ardido?

E se o fim não viesse num grande fogo, mas num grande abandono? Todos te desconhecendo e o que fizeste. Nada mais que um recém nascido, órfão, num contentor do lixo. A tua passagem por cá, reduzida à insignificância. A uma infinita insignificância.

Tu não mais que tu. Não existindo nos outros. Apenas indiferença. Apenas tu.

Alguma vez sonhaste com este tipo de pureza?