Posts

Showing posts from December, 2006

Carrion Bird

DRILL! DRILL RIGHT THROUGH ME! Wide open hole. A dreaded fissure. A choked up thrill. Dead heat. Blistering cold. Cold spasm running down My nuts. Got the guts? Yeah I got the guts... Come on! Iron beak, Glass body. Pump the blood Into the cancer Of my pumped out chest. From ribs to ribs, with force. You drive that point of yours from right to left to right through me! Shake! Make me shake! You will... Shake and spare! Despair? Yeah I despair... And you You will spare no fallen... Spare no fallen will. So fly Fly all the way back To my secluded childhood. Stand atop the tree branches In that garden where I called Myself one true… You sing... And I... Give myself away And I Keep myself away Talons deep in my shoulders And you... Rise me high And you Keep me high So high... My carrion bird! Carrion bird Atop Chiron’s shoulder. Wings wide open. And you drop me so still. Stiff? Yeah I'm Quite the corpse. And I don’t have pennies in my eyes… STILL! STILL RIGHT THROUGH ME!

Loyalty, por American Head Charge

Haverá sempre alturas em que aquilo que acreditamos vai contra aquilo que precisamos. Estaremos dispostos a prescindir do quê? Quanto valem os valores? "Where is your loyalty now, When all the cards have been left on the table?" (para se ouvir bem alto)

Para sua real conveniência

Dou por finalmente terminada esta minha actividade de contar um conto. Pena que a Monarquia tenha mau feitio e tenha decidido terminar a coisa com um final que mais parece um início. Mas não vão pelo que eu digam, vejam por vocês mesmos . A todos os que me acompanharam nesta excruciante tarefa e me aturaram até ao final, o meu obrigado. Não é costume, mas gostaria de solicitar o vosso feedback relativamente àquilo que escrevi, quanto mais não seja para evitar uma potencial catástrofe ;) Aos que me elogiaram, o meu obrigado. Terão sem dúvida actuado como motivação para mais algo parecido (o que não asseguro que seja boa coisa). Os restantes, que só chegaram agora e por acaso estejam interessados n' O Aprendiz, a coisa começa aqui , e depois é só seguir os links. Simples :) O Rege Dixit retoma na próxima semana o seu ritmo mais ou menos normal. Reais saudações.

O Aprendiz - I

Já não é a primeira vez que sinto este choque. Não é a primeira vez que o meu peito se assemelha a uma praia, onde sinto o embater das ondas… - Não! A luz diminui, mortiça, tudo à minha volta não mais que névoa e cheiro de mar. De água. De ínfimas gotas, invisíveis, projectando-se em todas as dimensões. Tempo. Espaço. E eu. Eu, estático, a afastar uma porta pesada de madeira trabalhada, a ver um longo corredor de mármore, um chão em xadrez preto e branco, ladeado por colunas de marfim, cravadas com figuras de seres alados e de homens santos. Ao fundo o cantar mudo, gaivotas?, e bem perto, o estrondoso rebentar das ondas, ensurdecedor, o silêncio ensurdecedor como o ventre de um trovão que rasga o céu… - Não pode ser! Dois passos para dentro. Desde que o teu rosto alvo me surgiu em vida, ou seriam apenas sonhos, o meu dia a dia foi perdendo simplicidade, paladar, aroma. Os rostos felizes nas festas dos solstícios, os a...

O Aprendiz - II

( parte anterior ...) Num instante conseguiste obliterar toda a minha Fé na Ordem. Uma Ordem criada para nos manter fechados e separados. Para nos manter assustados das coisas erradas. Nos manter assustados do nosso destino, assustados da liberdade de assegurar que nós seríamos capazes de nos aconchegar à noite, de nos deixar passear, sentir o sabor da maresia na rebentação, o sabor adocicado da infância, o torpor de voltas e mais voltas nos braços deles. Para para sempre permanecer maré vaza… A tua graça permanece tua, os teus gestos, o teu andar, o estar, o encolher de ombros à medida que te apercebes de que te acabo de desmascarar, a ti, aos teus, e às mentiras de milhares de anos… À medida que paro e espero que algo em mim… se pronuncie. Então as minhas palavras deixando de ser minhas, brotando do meu peito, passando a ser as de um povo, jorrando inquisidoras, inseguras, inconformadas: - Como é possível algo durar tanto te...

O Aprendiz - III

( parte anterior ) O Sul. Nunca gostei do Sul. Mais calmo, mais quente, como se com mais vida e menos morte e por isso mais conformado. Tudo isso se reflectia no que de lá chegava. As especiarias, com um paladar indistinto, os aromas mortiços, os homens plácidos, as mulheres acanhadas. Tirando uma excepção. J. Apenas as roupas tinham o seu encanto. Subtis, de cores pouco vivas e tecidos… Finos, frágeis, dedos quentes no meu rosto, suaves ao toque como caxemira, sedas, veludos por norma vermelhos a cor de qualquer realeza que se preze rodeada de ouro pratas e pedras nos… Fios, anéis, cabelos negros sobre os ombros morenos, descobertos, e outros adereços, cavalos sobejamente decorados com brasões insígnias e cores um cavalo mais rico que uma aldeia não percebia o porquê de tanta opulência um cavalo mais rico que uma aldeia? Piscatória, simples, olhos eternos, negros, onde a vida era difícil, sempre o fora e nunca por isso deixou de seguir em frente os barcos com nomes pintad...

O Aprendiz - IV

( parte anterior ) - Pessoas confinadas depois de uma noite sem luar, de uma revelação sem aviso, uma tortura sem fim, uma voz que repentinamente se silenciava com a noite, um resquício de vida embutida num cárcere no topo de uma qualquer torre de um qualquer castelo de um qualquer condado pois agora a vida do nobre atormentado era para todos os efeitos e todas as pessoas do passado... - Indiferente… (o teu rosto, os teus lábios finos sorridentes, o teu olhar azul límpido, vazio, a tua voz melodiosa, harmoniosa e falsa) - Embutidos por deixarem de conhecer quem foram, o que sonhavam, o que necessitavam. Fora-lhes arrancada do peito a razão de viver e agora não mais eram que vasos ocos, adereços de masmorra, aporreados por uma vida como tu dizes… - Tudo isso é indiferente… (o teu corpo alto como se perpetuamente tentando tocar o céu, as tuas vestes brancas aladas, a começarem elas também a revelar sinais da minha sede de justiça) - A tudo ou com a alternativa de ser uma vida ins...

O Aprendiz - V

( parte anterior ) Nunca irei saber aquilo que te corre a alma, se é que tens alguma coisa dessa espécie em ti, mas nunca irei esquecer a tua expressão à medida que reparas na água que nos cerca. A água que se manifesta como aquilo que mora cá dentro se manifesta, na iminência da ebulição. Insidiosa, rápida, lenta, subindo, descendo, as paredes, as coisas, tudo coberto por água, como se omnipresente. Um manto, uma superfície que nos cerca, isolando-te de qualquer poder. Uma superfície que se contrai, ganha ângulo, uma redoma, fecha-se, um refúgio, e nada mais que nós numa esfera perfeita, aquosa, efervescente, negando-te qualquer aptidão mágica. - Eu soube sempre da tua paranóia, “mestre”, soube sempre que jamais havias de ter os cristais demasiado próximos de ti. Olhos azuis sequiosos, conformados: “Apenas numa emergência…” - E daí apareceres de surpresa. Ensinei-te bem. - Vantagens de te conhecer melhor. Mas irrelevante agora. Não te estou agradecido pelo que me passaste. Nunca...

O Aprendiz - VI

( parte anterior ) Volto a rodeá-lo lentamente, confiante, mais calmo, decidido a fazê-lo compreender. - Não estás a escutar. Os anos no Claustro de Marfim. Dias passados a balbuciar termos de uma língua morta. Os gestos. O entorpecimento do corpo a favor do enaltecimento da mente, para que pudesse controlar os cristais, a energia dos minerais… A Deslocação. A Paralisação. A Cura. A Dor. A Coragem. O Medo. Queriam criar mais um agente da Conspiração. Depois as montanhas geladas. Como eu as odiava. Sempre a forçar o espírito, a testá-lo, a obrigar-nos a abrir caminho na neve deslocando-a com não mais que palavras em livros esquecidos e gestos, quase danças, a procurar calor imaginando-o. Constantemente a pressionar. Para nos manter vivos. Tudo isso. E eu que não queria mais que a minha vida longe de tudo isso. A minha vida quando era abraços, bolos e carrosséis. Não treinar para sobreviver. A minha vida orientada para mentir. Para enganar. Para controlar. - Estou a ver que não encon...

O Aprendiz - VII

( parte anterior ) Estamos agora frente a frente. Como iguais. A bolha começa a perder consistência, as paredes aquosas começam a deixar nítida a imagem do teu Gabinete. A minha ira começa a refinar-se, a tornar-se engenho, vapor. - Realmente vocês são algo simples. Reagem bem à oferta de algo tão mesquinho quanto poder. Sim, serás um aliado. Serás para já conhecido entre os conspiradores como o Exilado, mas a tua identidade deve permanecer segredo. Nada nem ninguém pode ficar a saber daquilo que aqui ficou decidido. Pelo menos não para já. A seu tempo. Não nos podemos dar ao luxo de uma população confusa. Eles têm de saber quem de facto devem temer. E isso levará tempo. - Referiste conspiradores. - Outros aliados. Porque a libertação não irá suceder nestes termos. Existem outros, opositores que mesmo vendo a verdade sobre os Anjos, jamais irão permitir um corte com os da vossa espécie. - Ainda acreditam demasiado na nossa superioridade. Na Ascedência. - Sim. A nossa casta ...